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Como deve ser a alimentação na doença renal crônica

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A doença renal crônica afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e a alimentação desempenha um papel crucial no manejo dessa condição. Vamos abordar como deve ser a dieta para paciente renal adaptada para diferentes estágios da DRC, incluindo o tratamento conservador, o tratamento dialítico e após um transplante renal.

Dieta na doença renal crônica: Tratamento conservador

Em estágios iniciais da doença renal crônica que ainda não necessitam de diálise ou transplante, a dieta desempenha um papel fundamental, portanto, aqui estão algumas orientações gerais:

  • Restrição de sódio: Reduzir a ingestão de sódio é essencial para controlar a pressão arterial e reduzir a retenção de líquidos. Evite alimentos processados, fast food e alimentos enlatados. Prefira a alimentação o mais natural possível. O objetivo do tratamento conservador é justamente como diz o nome, conservar o que há de função renal e evitar ao máximo a progressão da doença.
  • Controle de Proteínas: Limitar a ingestão de proteínas seja de origem animal ou vegetal, toda proteína deve ser contabilizada para diminuir a carga de trabalho dos rins, principalmente se houver o aumento de creatinina, ureia, ácido úrico e proteína na urina. Geralmente em tratamento conservador a recomendação de proteína fica entre 0.6g/kg e 0.8g/kg de peso. Claro que essa recomendação pode variar de acordo com o sexo, idade e estado nutricional. Por isso, é fundamental que você seja acompanhando por uma nutricionista especialista em nutrição renal, para que esses cálculos sejam feitos de forma individualizada.
  • Hidratação Adequada: A recomendação de líquidos vai depender do estágio da doença e também se ainda possui um bom volume urinário, ou seja, se você não retém líquidos ou fica inchado. Se você ainda tem um bom volume urinário e não fica inchado o ideal é que você se mantenha bem hidratado ao longo do dia e faça o seguinte cálculo para saber o quanto de água deve beber: Faça 30ml/kg ou 35ml/kg de peso, exemplo: Se você pesa 70kg então multiplique o seu peso por 35ml/kg e então encontrará quantos litros de água deve ingerir por dia, neste exemplo a quantidade seria de 70kg x 35ml= 2.450 litros de água por dia. Se houver restrições de líquidos devido a edema, retenção de líquidos o cálculo pode mudar. Por isso é essencial que você consulte sua nutricionista, para que esse cálculo seja feito de acordo com as suas necessidades.
  • Diabetes e hipertensão: É fundamental que você mantenha a doença de base controlada, ou seja, mantenha em níveis adequados a sua pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue. O diabetes descompensado e a pressão alta pode lesionar ainda mais os seus rins, fazendo com que a doença tenha uma progressão mais rápida. A dieta para renal crônico aqui deve ser focada no controle da ingestão de açúcares, produtos ultraprocessados, sódio e alcool. Evite ao máximo produtos como: Refrigerantes, enlatados, embutidos, biscoitos de todos os tipos, gelatina, bebidas alcoolicas, produtos congelados como nuggets, pizzas, hamburguers, temperos prontos principalmente daqueles de pós em quadradinho, molhos prontos e macarrão instantâneo tipo miojo.
  • Controle seu peso: A obesidade é uma das doenças de base que podem causar a insuficiência renal, por isso, é muito importante que você se mantenha dentro do peso adequado para evitar a sobrecarga renal. A alimentação e a pratica regular de atividade física são fundamentais para te ajudar a controlar o peso.

>>>Leia Mais: Como baixar a pressão arterial rapidamente.

Como deve ser a alimentação na hemodiálise

Se você está em tratamento dialítico, ou seja, em hemodiálise ou dialise peritoneal, a dieta para quem tem problema renal ainda é fundamental para garantir que o tratamento seja eficaz e a saúde seja mantida. Algumas orientações adicionais incluem:

  • Aumento da Ingestão de Proteínas: Como o tratamento dialítico pode eliminar proteínas do sangue junto com as toxinas e outras substâncias na sessão de hemodiálise ou diálise peritoneal, muitos pacientes precisam de uma ingestão de proteínas ligeiramente maior para evitar deficiências e carências nutricionais. A recomendação de proteínas na terapia renal substitutiva pode ser um pouco maior do que no tratamento conservador, pode variar entre 1.0g/kg e 1.5g/kg de peso, claro que, vai depender das necessidades individuais de cada indivíduo, por exemplo, idosos geralmente tendem a perder mais massa muscular devido a idade e outros fatores, possivelmente sua recomendação proteica será um pouco maior do que a de um indivíduo mais jovem e sem perda grave de massa muscular ou sem qualquer outra dificuldade que o impeça de se alimentar adequadamente.
  • Restrição de Líquidos: A quantidade de líquidos ingeridos deve ser rigorosamente monitorada, pois os rins não são capazes de excretá-los adequadamente. O excesso de líquidos pode causar: Edema pulmonar muito conhecido como água no pulmão, parada cardiorespiratória, inchaço e outras complicações. Para saber o quanto de líquidos você pode beber por dia clique aqui. Como enganar a sede? Evite os alimentos que são muito açucarados, doces e muito salgados, principalmente os alimentos ultraprocessados que são ricos em sódio, eles aumentam a sede e também fazem com que você retenha mais líquidos. Evite sair no sol muito quente e quando precisar sair não se esqueça de utilizar protetor solar e um boné. Saborize uma garrafinha de água com algumas gotas de limão ou outra fruta cítrica de sua preferência, com gengibre e folhas de hortelã, além de refrescante podem te ajudar a controlar a sede. Mastigue folhas de hortelã, cidreira ou até mesmo a casca do limão para estimular a produção de saliva. Prefira consumir as frutas com a temperatura mais gelada. Chupar cubos de gelo também pode te ajudar a driblar a sede, para cada cubo de gelo você deve contabilizar em média entre 22ml e 80ml de água.
  • Controle de fósforo e potássio: Quando os rins não estão em pleno funcionamento, ou seja, filtrando da maneira adequada, algumas substâncias como o fósforo e o potássio, por exemplo, vão se acumulando no sangue. No tratamento de diálise esses minerais são filtrados, porém, não completamente como seriam se os rins estivem funcionando de forma eficiente. Por isso, é fundamental que a alimentação seja equilibrada e bem calculada pelo nutricionista. A alimentação na hemodiálise deve ser mais variada possível, quanto mais natural, melhor! Para algumas pessoas pode parecer uma tarefa difícil devido ao medo de aumentar o potássio com a ingestão de frutas, por exemplo, porém, não é necessários excluir totalmente as frutas muito pelo contrário, elas devem fazer parte da sua rotina alimentar, inclsuive, a falta delas pode piorar o seu quadro de saúde e elevar ainda mais o potássio no sangue. Então, inclua as frutas, grãos integrais, vegetais e legumes, não precisa fazer exclusão desses alimentos por medo do potássio ou do fósforo. Os produtos ultraprocessados como por exemplo, salsisha, gelatina, macarrão instântaneo, temperos prontos, molhos e produtos congelados tipo hamburger, pizza e nuggets, possuem uma quantidade maior de fósforo e potássio, pois, eles são adiconados a esses produtos, o que chamamos de aditivos inorgânicos, esses são mais perigosos, pois o seu corpo consegue absorver mais de 90% desse fósforo e potássio adicionados. Quando ingerimos os alimentos naturais, como por exemplo, uma banana nós absorvemos cerca de em média 30% ou 40% do potássio que contém na fruta. Além disso, aproveitamos dos outros benefícios que esses alimentos podem nos oferecer, como as fibras por exemplo, que podem ser grandes aliadas da sua saúde intestinal.
  • Cuidado com o sódio: O excesso do consumo de sódio eleva a pressão arterial, causa edema (inchaço) pode até mesmo aumentar o risco de doenças cardiovasculares, alimentos que são ricos em sódio e você deve evitar: Salame, presunto, mortadela, linguiça, bacon, salsisha, peito de peru, biscoitos recheados, biscoitos água e sal e outros tipos, alimentos em conserva como o milho, ervilha e azeitonas, temperos prontos tipo tabletes em pó e claro o sal comum de mesa que utilizamos em casa. A quantidade de sódio não deve ultrapassar mais do que 2g por dia, o que equivale a 5g de sal. Fique atento a essas recomendações e não exagere, essa quantidade é devidamente calcula dentro do seu plano alimentar pela nutricionista. Veja este post sobre qual tipo de sal utilizar.

Alimentação pós transplante renal

Chegou o tão sonhado momento, o transplante renal! como fica a dieta de um transplantado? Quais cuidados preciso ter com a alimentação após um transplante?

Após a cirurgia bem-sucedida, a alimentação desempenha um papel fundamental na recuperação e na manutenção da saúde a longo prazo. Nesta fase, a dieta para paciente renal passa por uma transformação significativa, permitindo desfrutar de uma maior flexibilidade alimentar, embora com algumas considerações importantes. Cuidados com o controle da pressão arterial, glicemia e peso são de extrema importância para a recuperação pós cirurgica e também para aumentar as chances de sucesso após a realização do enxerto. Vamos então para as orientações que são essenciais para obter o sucesso pós transplante:

  • Ingestão de proteínas: A quantidade de proteína pós transplante será mais flexível. A proteína aqui irá exercer um papel fundamental na sua recuparação, nos processos inflamatórios na regeneração de tecidos e também na prevenção de perda grave de massa muscular e claro, na sua imunidade que estará mais baixa neste momento. A recomedação de proteínas pós transplante imediato depende de vários fatores que devem ser considerados individualmente mas, a diretriz da BRASPEN recomenda entre 1.3g/kg e 1.5g/kg de peso atual ou ideal. Vale ressaltar uma consideração importante, não há restrições quanto ao tipo de proteína, pode consumir carne de boi, frango, porco, peixes, frutos do mar, ovos, leite e derivados.
  • Evite consumir alimentos crus: Evite consumir os alimentos que são crus como por exemplo, sashimi, muito cuidado com a comida japonesa, pois, podem aumentar o risco de contaminação por bactérias o que pode ser grave visto que a imunidade neste momento está baixa, o mesmo vale para as carnes devem estar sempre bem cozidas. Frutas, folhas e vegetais bem higienizados e sanitizados.
  • Hidratação: A recomendação de água pode variar entre 30ml/kg e 35ml/kg de peso, essa quantidade pode variar de acordo com cada paciente e também com a função renal e o volume de diurese (quantidade que faz de xixi por dia). Clique aqui e saiba como fazer esse cálculo.
  • Evite o consumo de alimentos ultraprocessados: É fundamental que neste momento você evite ao máximo esses alimentos. Pois muitos são ricos em sódio e açúcar, e agora você precisa reduzir ao máximo as chances de rejeição do enxerto. O consumo desses alimentos pode elevar a sua pressão arterial, aumentar os níveis de açúcar no sangue e aumentar também a gordura corporal, o que pode acarretar em perda de função renal e rejeição do órgão transplantado. Prefira se alimentar da forma mais natural possível, comendo vegetais, leguminosas, frutas, raízes e folhas.

Conclusão:

A alimentação desempenha um papel fundamental em todos os estágios da doença renal. Portanto, é evidente que a abordagem nutricional precisa ser cuidadosamente adaptada às necessidades individuais de cada pessoa com intuíto de prevenir, tratar e recuperar não só a saúde renal mas, a saúde como um todo, promovendo mais qualidade de vida, vitalidade e energia em cada etapa do tratamento da doença renal crônica. Ressalto que este artigo não substitui uma consulta com sua nutricionista especislista em doenças renais e médico nefrologista.
Cada indivíduo é único e merce uma abrodagem especializada de acordo com suas necessidades.

Para mais informações sobre a consulta nutricional clique aqui.

Um abraço da nutri, te espero para darmos início em sua jornada!

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